quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Historia de Gravatá PE





O município de Gravatá teve origens numa fazenda, em 1808, pertencente a José Justino Carreiro de Miranda. De clima agradável, com água abundante, pois se situava às margens do Rio Ipojuca, o local servia como hospedagem para os viajantes que iam comercializar o açúcar e carne bovina, principais produto da época.
Esses produtos eram levados em embarcações do Recife até o interior. Como a navegação pelo Rio Ipojuca era difícil, os comerciantes eram obrigados a fazer paradas estratégicas para evitar também que o gado perdesse peso.
Uma dessas paradas ficou conhecida como Crauatá, pois era terra de boas pastagens. A denominação Caruatá, que deriva de Karawatã , significa “mato que fura” em Tupi, e foi como o local ficou conhecido, por conta da predominância de uma planta do gênero da família das bromélias, também chamada Caraguatá, Caroatá, Caroá e Gravatá.
Foi no fim do século XVIII que José Justino Carreiro de Miranda tomou posse da Fazenda Gravatá que, por muito tempo, serviu de hospedagens para viajantes. Como conseqüência natural, surgiram dois arruados, um em cada margem do rio.
Em 1810, o proprietário da fazenda iniciou a construção de uma capela dedicada a Santa’Ana que, 12 anos depois, seria concluída por seu filho João Félix Justiniano. Em seguida, as terras foram divididas em 100 lotes e vendidas aos moradores, dando início ao povoado Gravatá.
Em 1881, o povoado, que era um distrito de Bezerros, foi elevado a Vila pela lei 1500/1881 e sua capela transformada em Igreja Matriz. Três anos depois, a Vila se transformaria cidade e comarca pela lei 1805/1884. Sua efetiva emancipação, porém, só veio após a Proclamação da República, pela Lei Orgânica dos Municípios, de 15 de março de 1893, quando a cidade adquiriu sua autonomia municipal e elegeu o seu primeiro prefeito, Antonio Avelino do Rego Barros.
Por rodovia, o acesso à cidade era quase impossível, em função das condições topográficas: localizada na subida da Chapada da Borborema denominada Serra das Russas. No final do século XIX, com a inauguração da Ferrovia Great Western Railways, ligando o Recife ao Sertão pernambucano, a cidade tomou um considerável impulso e, aos poucos, foi definido sua vocação para o turismo, sobretudo com a construção da BR-232 em 1950 o que permitiu um melhor acesso, encurtando o tempo de viagem e vencendo o desafio da Serra das Russas.
Infelizmente o "rei" Roberto Carlos, não participou deste evento




"O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada." Descontextualizada pelo publicitário Carlito Maia, a frase do líder soviético Vladimir Lênin batizou no Brasil, em 1965 um dos programas de TV de maior audiência da época: o Jovem Guarda, apresentado pelos emergentes cantores e ídolos juvenis Roberto Carlos (O Rei), Erasmo Carlos (O Tremendão) e Wanderléa (A Ternurinha). No auge da sua popularidade, ele chegou a alcançar três milhões de espectadores só em São Paulo, de onde era transmitido (em videotape, ele chegava também ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife). Mais do que uma boa idéia para preencher o horário que ficou vago por causa da proibição da transmissão direta dos jogos do campeonato paulista de futebol, mais do que uma excelente forma de derrotar o Festival da Juventude (líder de audiência da TV Excelsior desde 1964) e de vender um monte de quinquilharias (de discos a calças, blusas e até bonecas), o programa Jovem Guarda foi o catalizador de um movimento que pôs a música brasileira em sintonia com o fenômeno internacional do rock (a esta altura, no seu segundo momento, o da invasão britânica liderada pelos Beatles) e deu origem a toda uma nova linguagem, musical e novos padrões de comportamento. 


Entravam em cena as guitarras elétricas (incorporadas de vez à música brasileira mais típica pelo movimento seguinte, a Tropicália), a idéia de uma música exclusivamente jovem, com signos jovens (mais até do que na bossa nova) e toda uma constelação de artistas: Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Eduardo Araújo, Martinha, Ed Wilson, Waldirene (A Garota do Roberto), Leno & Lílian, Deny e Dino, Bobby Di Carlo e grupos como Golden Boys, Renato & Seus Blue Caps, Os Incríveis, Os Vips e tantos outros. O programa de TV acabou em 1969, mas a estética da Jovem Guarda nunca deixou de estar presente na música brasileira feita a partir da década de 70.



Jovem Guarda
Jovem Guarda
Apresentação de artistas da Jovem Guarda na década de 2000.
A popularização dos meios de comunicação a partir da década de 50 permitiu um maior contato da população brasileira com manifestações culturais provenientes de outros países. Um exemplo disso foi a difusão do rock’n’roll no cenário musical do Brasil, fato que fez com que logo tenham surgido os primeiros compositores do gênero em 1957.
Os precursores do “iê, iê, iê”, como ficou popularmente conhecido o estilo musical, eram influenciados por artistas como Elvis Presley, Beatles e Rolling Stones. Com letras descontraídas, ambientadas em cenários urbanos, a versão brasileira do rock começou a cair nas graças do povo. Entre alguns artistas e bandas adeptos ao gênero, podemos citar Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Vanusa, Ronnie Von, Wanderley Cardoso, Sérgio Reis, Celly Campelo, Trio Esperança, Os Incríveis, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, The Fevers, entre outros.
Foi a partir de uma parceria entre Roberto e Erasmo Carlos, inclusive, que surgiu a ideia de um programa televisivo dedicado ao novo estilo musical. A mesma acabou sendo concretizada pela TV Record, que, aproveitando o fato de as emissoras de TV estarem impedidas de transmitir os jogos de futebol na época, colocou o novo programa nas tardes de domingo: “Jovem Guarda”.
O título da atração, uma alusão ao discurso de Lenin "o futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada", acabou sendo utilizado para denominar todo o movimento cultural. Aos poucos, o programa foi se tornando uma das principais atrações da televisão brasileira, ganhando grande notoriedade nacional.
Após o lançamento de grandes sucessos, como "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", "Festa de Arromba", "Biquíni Amarelo", "Meu Bem" e "A Festa do Bolinha”, o movimento começou a se esgotar durante o fim da década de 60. As maiores críticas ao mesmo giram em torno da falta de engajamento político e social de suas canções. De qualquer forma, a Jovem Guarda revelou grandes artistas, como Roberto Carlos, por exemplo, considerado por muitos como um dos maiores cantores da história do Brasil.